quarta-feira, outubro 22, 2008

Onirismo Apaixonante



10/10!!! Simplesmente ótimo. Adorei esse filme. To apaixonado por esse filme! Mesmo diretor de "Brilho Eterno de uma mente sem lembranças", Michel Gondry.

Filme francês digno de ir pro Louvre. Os cenários... muito bons. Você fica boquiaberto com o trabalho que devem ter tido. Vou atrás da versão com making of pra conferir. Pra não dizer que paguei pau 100%, o protagonista consegue passar a inocência e doçura do personagem, mas em outras emoções é meio fraco.

Esse filme tem um ar de fantasia perfeito. O nome em português é "Sonhando acordado" e realmente tem a ver com o filme(mas não com a tradução de "Science of Sleep"), porque até ao assisti-lo tem horas que você não sabe se o cara tá acordado ou dormindo (o protagonista é sonâmbulo e confunde realidade com sonhos).

Em meio a inúmeros sonhos lúcidos, ele consegue refletir sobre sua vida inclusive com convidados em uma espécie de "talk show" interno onde ele é o host em um mundo de papelão.

Viagens oníricas, insights, trilha sonora doce (ouvindo "Dick Annegarn - Countance"), romance, drama, humor bruto e um ótimo final copo meio cheio/vazio.

Acho que poderia ter resumido falando que era um ótimo filme francês. Cult no estilo Amelie Poulain e outros fora da esfera holywoodiana que conseguem transcender o atual modelo comercial de filme que se vende pela publicidade em massa ao invés da qualidade.

Esse filme me teria feito chorar se eu não tivesse ficado tão feliz por tê-lo assistido e me encantado pela música do início dos créditos (que por sinal já estou ouvindo há 4 horas ininterruptas).

Lembrei de outra descrição: filme de assistir até o final dos créditos.

11/10 dando a cara à tapa.

Comentários internet à fora

Vou aproveitar e criar uma espécie de série no meu blog. Pra ajudar nos meus sumiços daqui:

O primeiro post da série "Comentários..." - reticências para a dúvida sobre a crase destemida no título. Fico com 50%, outra hora averíguo!

"Rs.
Engraçado dizer isso... realmente acho muito nojento mulher coçando a genitália! Dá impressão de que está suja ou algo similar. Vou me policiar e passar a não fazer isso descaradamente e repudiar que outros o façam também.

Mas ô coisinha nojenta é esse hábito de mulher pendurar calcinha no banheiro! Disso tu não fala né?? Vê se homem faz isso! Hahaha

Não tenho nada contra as mulheres sentarem de pernas abertas, de saia e sem calcinha - muito pelo contrário! Deveria haver uma política de incentivo! :P Não... acho que tu não é nem mais uma mocinha pra fazer esse tipo de questionamento. É simplesmente impudico. Talvez minha opinião seja manchada de machismo, entretanto o machismo talvez não seja de todo mal. Simplesmente um modelo de comportamento generalizado.

O que você considera simplesmente dogma social pode ser algo mais primitivo, uma vez que a genitália da mulher é passiva de introdução e por isso deve ser protegida. E também é mais difícil pra gente fechar as pernas com um "pacote" de volume considerável que inflige dor se pressionado.

Bem, divaguei bastante já. Vou até aproveitar esse comentário pra atualizar meu blog! Tchau!"

sábado, outubro 04, 2008

Repentes de finitude

O produto do amor de seus pais está expirando. Sinais marcando seu rosto, óculos para dar uma lida, o joelho reclamando um pouquinho...

Sempre ao olhar pra trás vemos algo que poderíamos ter feito melhor - ou ao menos ter feito!

Agora se imagine com o dobro de idade e responsabilidade. Não hesite, não desanime, não postergues projetos de felicidade.

Seus problemas de hoje serão motivo de riso amanhã. Então aceleremos etapas e vamos viver rindo até dos problemas!

Não é mistério algum saber que daqui ninguém leva nada, mas o segredo é realmente entender e viver dessa filosofia.

Também conhecida como carpe vita.

sábado, setembro 27, 2008

Conversa ensaiada

Tem hora que a gente abaixa a guarda e se permite ser feliz com infimidades. Como aquele filme por qual você é louco acabando de começar bem no meio da sua insônia às 3 da manhã, filme que você até ia comprar se não tivesse plena consciência de que tê-lo guardado tão perto e disponível ia ser motivo suficiente pra nunca mais assisti-lo. Esse é de fato o mesmo princípio de alguns relacionamentos, o famoso "o segredo é não correr atrás". Tudo que está ao alcance das mãos acaba sendo postergado. A hora que você quiser ele vai estar lá na estante, solícito, o aguardando com o mesmo sorriso de dois anos atrás. Então vamos atrás do que pode sair voando, do que é raro, indisponível de forma regular. A lua, tem dia que nem se sabe pra que lado ela está, mas todo mundo se mobiliza pra assistir aquele eclipse completo que "só vai acontecer outro daqui a cento e sessenta e dois anos". "Mais vale um na mão do que dois voando"? Você guarda o que tá na mão e vai atrás dos que estão voando! Na sociedade do "quem não arrisca não petisca" todo mundo quer saber de petiscar. Ainda mais ao se deparar com duras realidades dos adeptos do conformismo que nos cercam de banalidades e vivem remoendo problemas. Vivem contando dinheiro e não mudam quando é lua cheia. Tá bom, cante o blues da piedade pra eles.

Acho que a gente vai recheando nosso rol de interesses com peculiaridades para se ter uma dose instantânea de cumplicidade ao nos depararmos com alguém que compartilhe da mesma loucura. Afinal, as chances de você encontrar alguém que irá te fazer feliz a vida toda são tão remotas quanto encontrar alguém que ao mesmo tempo adore fazer ioga, seja louco por filme francês de segunda e tenha como prato predileto beringela recheada. Você até abre mão do gosto pela beringela recheada, por que a essa altura você acha que é o único que gosta desse troço, porque nem no orkut você encontrou comunidade dessa iguaria. Pensou até em criar uma, mas vislumbrou teus amigos mandando recados: "Ai que nojo, você come beringela recheada?" e pôs em cheque seu gosto culinário. Há uma corrente que defende que essa busca incessante de prazeres multifacetados se dá pela atual incapacidade de mantermos longas e efusivas conversas sobre o bem estar alheio. O "como vai você" hoje em dia está agregado ao "alô". Tem vezes que parece que estou ao telefone com algum ator iniciante lendo um script antes de começar a falar o que quer: "Alô? Aqui é fulano, como vai? Olha..." - digo que parecem atores iniciantes porque se no meio da leitura do "script" você responder "tô meio gripado, dormi mal ontem à noite" você sente uma interrogação do outro lado da linha, só falta ele falar "peraí, onde tá escrito isso?".
Teve uma vez que me ligaram:
-Alô? Como vai você?...
-...Eu preciso saber da sua vida. Peça a alguém pra me contar sobre o seu diaaaa...
-Marlon?
-Não filho, é o Rei Roberto Carlos.

quinta-feira, julho 17, 2008

Querer é poder?

Nessa onda de "O Segredo", o "vá atrás dos seus sonhos" está na moda. Só que "querer é poder" vive ali no conjunto dos questionáveis como o "dinheiro não traz felicidade", erroneamente, aponto eu. A discrepância de partido no que tange a essa máxima, com mais de 800 mil ocorrências na internet, se deve a sua interpretação equivocada. Uma vez que "poder" é substantivo que emprega faculdade, possibilidade, obrigatoriamente não expõe definição de alcance de objetivo. A máxima não é "querer é conseguir". "Poder" é tão abrangente que há situações em que mesmo quem não quer, pode. Como também, quem não pode, quer! Às vezes você pode querer, mas não poder, mas se quiser de fato vai poder. Mas já que são sinônimos: às vezes você quer poder, mas não querer, mas se puder de fato vai querer!

Se você quiser entender, você pode! Se não puder, é porque não quer.

Abração, Matheus! Foi o melhor que "quis"!

terça-feira, julho 15, 2008

Parceria Axe e Vasco da Gama

A era Dinamite promete ser realmente uma revolução, a Axe, da Unilever, fechou uma parceria com o Clube de Regatas Vasco da Gama nesse último sábado dia 12 de julho. Por enquanto não queriam divulgar, mas caiu na rede através de algum membro importante do clube. Segue a imagem principal da nova fragância:



quinta-feira, abril 03, 2008

Apócrifos I

Na internet encontramos muitos textos sem autoria revelada. Isso quando não são atribuídos a grandes gênios das mais diversas áreas, dentre os mais comuns são Eistein, Oscar Wilde e Nietzsche.

Há um tempo enviaram-me um lindo texto que muitos já devem ter tido a chance de apreciar, mas como também acharam que eu já tinha lido e não era o caso, estendo-o para meus amigos e visitantes.

Esse já vi assinado por Veríssimo e Chico Xavier, mas não tenho a menor idéia se ao menos pertence a um dos dois:

Quase

Ainda pior que a convicção do não é a incerteza do talvez é a desilusão de um quase. É o quase que me incomoda, que me entristece, que me mata trazendo tudo que poderia ter sido e não foi.

Quem quase ganhou ainda joga,
Quem quase passou ainda estuda,
Quem quase morreu está vivo,
Quem quase amou não amou.

Basta pensar nas oportunidades que escaparam pelos dedos, nas chances que se perdem por medo, nas idéias que nunca sairão do papel por essa maldita mania de viver no outono.

Pergunto-me, às vezes, o que nos leva a escolher uma vida morna? Ou melhor não me pergunto, contesto. A resposta eu sei de cor, está estampada na distância e frieza dos sorrisos, na frouxidão dos abraços, na indiferença dos "Bom dia", quase que sussurrados.

Sobra covardia e falta coragem até pra ser feliz. A paixão queima, o amor enlouquece, o desejo trai.
Talvez esses fossem bons motivos para decidir entre a alegria , a dor e o sentir o nada, mas não são.

Se a virtude estivesse mesmo no meio termo, o mar não teria ondas, os dias seriam nublados e o arco-íris em tons de cinza.

O nada não ilumina, não inspira, não aflige nem acalma, apenas amplia o vazio que cada um traz dentro de si.
Não é que fé mova montanhas, nem que todas as estrelas estejam ao alcance. Para as coisas que não podem ser mudadas resta-nos somente paciência porém, preferir a derrota prévia à dúvida da vitória é desperdiçar a oportunidade de merecer.

Para os erros há perdão;
para os fracassos, chance;
para os amores impossíveis, tempo.

De nada adianta cercar um coração vazio ou economizar alma. Um romance cujo fim é instantâneo ou indolor não é romance.
Não deixe que a saudade sufoque, que a rotina acomode, que o medo impeça de tentar. Desconfie do destino e acredite em você.

Gaste mais horas realizando que sonhando,
fazendo que planejando, vivendo que esperando porque, embora quem quase morre esteja vivo, quem quase vive já morreu.

(autoria desconhecida)

segunda-feira, março 31, 2008

Domingos de Oliveira

Separações. Filme brasileiro que aborda o turbilhão de emoções e os enlaces ainda presentes em uma separação entre casais. Próximo ao fim, um dos protagonistas, com certeza o com mais dor de cotovelo recita um poema de Domingos.

Separações - Domingos de Oliveira

Por mais sóis que amanheçam
Por mais amores que nasçam
Por mais compreensão que se tenha
Saiba princesa minha , que você me matou
Por mais sorrisos que tenha a festa
Por mais anjos que entoem um renovado hino
Por mais crianças que nasçam com teu rosto divino
Saiba princesa minha , que você me matou
Por mais doce que seja esse teu namorado
Maior o esquecimento
Por mais que alguém grite no meio da rua que a guerra acabou
Saiba princesa minha que você me matou .


Eu já escrevi em outro post, o porquê dos homens dormirem após o sexo, sobre a oxitocina, que pode ser apontada como agente que provoca a união intensa de casais, como também a cessação desta ao ter esta substância reduzida no organismo, o que leva de 6 a 18 meses.

Aliás, "dor de cotovelo" foi tirado da posição comum em que ficam debruçados sobre o balcão de um bar os que tiveram uma desilusão amorosa. Outras variações deveriam existir, como "barriga de separação", quando a pessoa come muito porque entrou em depressão, "orelha de fogo", quando ficam horas ao telefone com os amigos que ficam ouvindo choro e dando conselhos, "calos de auto-ajuda", para os mais necessitados por sexo, e por aí vai!

sexta-feira, janeiro 25, 2008

Déjà Vu e afins

Esse tal de “Dja-van” metido a francês besta já rendeu algumas conversas de bar, ou pelo menos o início, que então enveredava, se com mulher, para os astros e como eles influenciam nossas vidas, e se com amigos, para mulher mesmo ou futebol. Já ouvi que se trata de uma falha no cérebro que ao gravar o que está acontecendo ele faz uma leve pré-gravação, e quando registra o fato corrente pra valer, você tem a impressão que o mesmo já ocorreu há tempos atrás, isso tudo em frações pequeníssimas de segundo. Também já me cuspiram que quando dormimos, migramos mentalmente a uma linha paralela a nossa do tempo consciente, que presenciamos acordados, e de lá vemos à frente no tempo. Essa de lambuja ainda respalda as premonições. Quem me falou essa última foi uma bacharela em filosofia. Óbvio que não sei qual tem pé ou cabeça, mas que acontece, acontece. Premonições então... não estou falando em simples pressentimentos, mas sonhar ou vir em pensamento que algo irá ocorrer e voi la! Contra fatos não há argumentos, que me perdoem os céticos.

Outro legalzinho e menos perceptível aos incautos, é um registro subconsciente que o cérebro faz ao captar ondas sonoras conscientemente inaudíveis. Daí o que ocorre: começamos a cantarolar uma canção e após alguns minutos a ouvimos em algum carro, alguma casa, ou alguém que também a registrou chega cantando-a próximo a nós. Uma teoria um pouco crua, mas é em essência o que acontece.

E quando você nunca ouviu falar de um assunto, e após tomar conhecimento, passa a ouvir citações em filmes, cartazes, séries de TV, livros...? Um exemplo que me veio, que inclusive lembrou-me de discorrer sobre tais assuntos, foi o antes e depois de ouvir falar de Bukowski. Li sobre esse poeta em um blog. Depois disso, na primeira semana só faltou eu descobrir que meu nome ia ser Charles [Bukowski]! Filme sobre Chinaski, citações pela internet, livros do cara, até uma personagem em um filme francês às 5 da manhã, daqueles que você fica se perguntando sobre as outras duas, três pessoas que devem estar assistindo ao mesmo que você, me surpreendeu citando o infeliz! Sabe?! É muito bizarro essas coincidências ininterruptas! E o pior é que elas coincidem com outros também! Coincidências coincidentes!

Algo semelhante acontece quando passamos a conhecer alguém com quem sempre convizinhamos e não o notávamos, e de repente se vê a pessoa por todo o lado, parece que antes a mesma nem existia! Esses casos acredito ser uma associação direta que o cérebro realiza, exclamando para algo que já se tenha algum registro: “calma aí, você conhece esse mané!”, “opa! Bukowski! Você já ouviu falar desse troço, preste atenção.”.

De qualquer forma, é sempre bom ter o que dizer sobre banalidades para pessoas impressionáveis, ainda mais porque na maioria das vezes elas só querem saber de serem impressionadas. Mr. Cobain deve ter pensado nisso quando clamou: “Here we are now, entertain us”. Se não pensou, deveria, pois caiu como uma luva! Falei!

sábado, janeiro 12, 2008

Sai tentação!



Alguém já exclamou ou ouviu comentários sobre como são tentados por diversos membros do sexo oposto ao optarem por um relacionamento monogâmico.

Tenho duas teorias. Feromônios. Ao manter uma relação afetuosa você liberaria não só o feromônio, mas um coquetel de hormônios que seriam atrativos intensos não só para sua companheira, mas para todos os outros membros do sexo oposto.

A outra consiste em apenas uma coisa: Sem-vergonhice. Pelo simples prazer de danar a vida alheia, pessoas com baixa auto-estima que precisam de alguma forma se auto afirmar, se empenham em conquistar pessoas já conquistadas.

Aquele comediante que adoro, que inclusive já falei sobre aqui, discorre em um de seus shows sobre essa discrepância de comportamento em ambos os sexos. O homem apresenta sua namorada para os amigos e após se retirar os amigos comentam entre si: “Nossa, maneira(v. gostosa) a namorada dele, hein? Preciso arrumar uma dessas!”. A mulher já diverge: “Menina, você viu que tesão?! Preciso arrumar aquele homem!”.

Como exceções nessa área são tão escassas, não são ao menos levadas em conta. Como diria a poetiza Tati Quebra Barraco: “Quando tu tiver o teu, todo mundo vai quereeeeeeeeeeeeeer!”.

Brilho eterno de uma mente...

Há quem duvide do meu gosto por filmes. Mas o tema desse filme é irresistivelmente tentador: excluir da mente as informações que quiser. Se a gente pudesse apagar o que machuca mas manter o que aprendemos com a situação, talvez seria uma boa!

Quando inventarem um gerenciador de memória humana haverá uma revolução... Mas a maior de todas. Serão descobertos novos gênios, que não sabiam utilizar as ferramentas para transmitir sua genialidade, embaixo de montes de timidez, insegurança e ignorância. Claro, ignorância. Não vamos confundir sapiência com inteligência. Tenho idéias rompantes, ebulições de pensamentos desconexos que com o sintetizador de memória bastaria, ou plugar atrás da cabeça igual a Matrix ou encaixar sobre a cabeça como um daqueles secadores de cabelo que vemos nos salões em filmes, e começaria a enxurrada de pensamentos sendo digitalizados. Daí usaríamos uma google search e separaríamos o filé, e pronto: provas gabaritadas com facilidade, livros, filmes, projetos – tudo prontinho.

Enquanto não inventam essa maravilha, a genialidade fica por conta dos que conseguem agregar inspiração e conteúdo com a melhor expressão nas maneiras tradicionais da arte. Um grande estímulo é a tristeza. Alguém disse que “a arte é triste. Pois tudo que realmente tem significado na arte provém da dor”. Que o diga Renato Russo e Cazuza. Sade e Cartola!

Ainda mais porque a felicidade é efêmera. Damos mais valor na vida ao que é raro. Óbvio. Ninguém dá valor à tristeza. A conclusão é lógica. Quando estamos felizes não estamos nem aí para quando estávamos down. Mas a recíproca... “ah como eu era feliz e não sabia...”, “como foi bom aquele carnaval...”, “se eu soubesse tinha aproveitado mais...”. Entre os “se” e os “talvez”, os goles e os prozacs, a gente vai escrevendo nossa história mais a torto que a direito.

domingo, janeiro 06, 2008

Com toda calma do mundo

Quando a gente pensa que vai indo bem é que se abaixa a guarda da precaução e aos poucos começa a danação: estava procurando um programinha para postar no blog direto do celular, sem utilizar o opera, e o danado deu pau de novo. Acho que esses gadgets vem com vida útil reduzida assim para quando mais precisarmos eles nos deixarem na mão e termos aquela reflexão de quão escravos do consumismo e da tecnologia estamos ultimamente.

Além de tecnologia e informação, acho que não há nada no mundo que sejamos mais dependentes do que do tempo. Não o temos o suficiente para curtir com quem amamos ou praticar o nosso esporte favorito. Não o temos para viajar ou visitar parentes. Acreditamos que conhecemos as pessoas por quanto tempo ela já viveu. Pensamos ser melhores porque vivemos há mais tempo que outras. Quando queremos interromper um relacionamento, pedimos tempo. Sem falar no vôlei e no basquete.

O tempo passa, o tempo vôa... "e a poupança bamerindos continua numa boa". Uma ova! Nem a poupança bamerindos tá aí ainda! E como os ventos que vão mudando a geografia, o tempo passando por nós vai cavando um poço de nostalgia que não pode ser aterrado. Você não pode pôr silicone nas suas memórias. Não pode aplicar botox e voltar a ter 15 anos de fato.

Acredito que só experiências salvam, renovam e iluminam, porque você pode passar os primeiros 40 anos da sua vida ouvindo sobre velhice, mas só sente sua proximidade quando experimenta por si a falta de memória, dores reumáticas e outras limitações. Quando seus amigos vão se assentando, gerações vão chegando, outras indo; lê sobre acontecimentos que viveu em livros de história, ou quando você chega em casa de madrugada e se depara com aquele filme que você assistiu no cinema sendo exibido no corujão.

É... Enquanto você ficou acumulando fortuna, amigos, calos e alegrias, você ganhou vários anos para trás e mais alguns metros em seu poço. Acho que o que ninguém percebe... é o que todo mundo sabe.