domingo, janeiro 06, 2008

Com toda calma do mundo

Quando a gente pensa que vai indo bem é que se abaixa a guarda da precaução e aos poucos começa a danação: estava procurando um programinha para postar no blog direto do celular, sem utilizar o opera, e o danado deu pau de novo. Acho que esses gadgets vem com vida útil reduzida assim para quando mais precisarmos eles nos deixarem na mão e termos aquela reflexão de quão escravos do consumismo e da tecnologia estamos ultimamente.

Além de tecnologia e informação, acho que não há nada no mundo que sejamos mais dependentes do que do tempo. Não o temos o suficiente para curtir com quem amamos ou praticar o nosso esporte favorito. Não o temos para viajar ou visitar parentes. Acreditamos que conhecemos as pessoas por quanto tempo ela já viveu. Pensamos ser melhores porque vivemos há mais tempo que outras. Quando queremos interromper um relacionamento, pedimos tempo. Sem falar no vôlei e no basquete.

O tempo passa, o tempo vôa... "e a poupança bamerindos continua numa boa". Uma ova! Nem a poupança bamerindos tá aí ainda! E como os ventos que vão mudando a geografia, o tempo passando por nós vai cavando um poço de nostalgia que não pode ser aterrado. Você não pode pôr silicone nas suas memórias. Não pode aplicar botox e voltar a ter 15 anos de fato.

Acredito que só experiências salvam, renovam e iluminam, porque você pode passar os primeiros 40 anos da sua vida ouvindo sobre velhice, mas só sente sua proximidade quando experimenta por si a falta de memória, dores reumáticas e outras limitações. Quando seus amigos vão se assentando, gerações vão chegando, outras indo; lê sobre acontecimentos que viveu em livros de história, ou quando você chega em casa de madrugada e se depara com aquele filme que você assistiu no cinema sendo exibido no corujão.

É... Enquanto você ficou acumulando fortuna, amigos, calos e alegrias, você ganhou vários anos para trás e mais alguns metros em seu poço. Acho que o que ninguém percebe... é o que todo mundo sabe.

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