quinta-feira, novembro 24, 2005

Não deixando a peteca cair...

Tem horas que você cansa de escrever o que os outros querem ler. Pois é muito fácil escrever o que vêm à mente ou ao coração. Mas a boa leitura, percebe-se que foi escrita com o coração e o cérebro. O leitor sente a inteligência com o grau certo de emoção. Qualquer um pode sentir isso e verificar a prova real. Pegue um livro de Física e lia suas páginas, as quais no final, não sentirá comoção ou algum tipo de paixão, a não ser, há de convir-se que não é muito comum, mas algum entusiasta da Física pode vir a derramar lágrimas ao deparar-se com um problema que o tenha levado a executar inúmeros cálculos e o uso extremo de raciocínio para chegar à uma resolução. O júbilo da conquista de um cálculo matemático, não pode ser comparado a emoção, que aproxima-se do amor, do aflorar dos sentimentos que pode-se ter em relação à outro ser humano. Há alguns dias atrás consigui enxergar na beleza das simplicidades e ocasionais eventos, mais uma analogia sobre o amor: É como o aroma de um bom perfume, por maior esforço que faça, não se consegue reproduzir mentalmente a fragância exata do mesmo, mas ao senti-la, instantaneamente tem-se noção do perfume. O amor, igualmente, não se sabe dizer com todas as palavras, como se faz senti-lo, mas ao presenciar o seu efeito, é impossível confundir-se. Tanto no perfume, você pode trocar os nomes, mas em seu íntimo, sabe exatamente o que é, como no amor, você pode em primeira instância iludir-se achando que é outro sentimento não tão profundo, mas tudo já está muito claro à seu coração e à todos as outras partes do seu íntimo, como num instante mágico, lhe revela o que tu sempre soube: É amor.

domingo, novembro 13, 2005

Já que eu falei da "Surfistinha"...

Impossível não citar o trocadilho infame sobre a Bruna Surfistinha, que foi apresentado dia 13/11 no Pânico, assim vai:
"Sabe por que a Bruna Surfistinha não leu o próprio livro???
...Porque escreveu não leu, o 'pau' comeu!"
Puuuuuuutz, sem comentários. Só um: Não lembrava de ter visto um trocadilho em cima de outro. Demais!

"Caramba! Já é Natal!"

Sempre comum ouvir exclamações do tipo: "Nossa, mas já chegou? Passou tão rápido!", "Mas cresceu tão rápido!"... Muitos já perceberam que tal "fenômeno" se dá simplesmente pelo fato de estarmos atarefados a tal ponto que nem ao menos damos conta do tempo que transpõe-nos.

Engraçado, falando em hábitos ordinários, há aquele tipo que gostam de escrever, às vezes é difícil ter uma inspiração, mas quando começa lembram de tudo. Lembram dos casos inacabados, indignações, contos, piadas, amor e ódio, e algumas vezes não conseguem voltar para o tema principal. Outras vezes guardam o assunto "para a próxima", mas na próxima ocorre o mesmo ritual.

...Também aqueles que revelam: "Sempre que estou esperando um, aparece mais o outro, e vice-versa". Não seria simplesmente por estar esperando um determinado, ônibus por exemplo, os outros passam, como sempre, por você sem muita atenção, já que não é o esperado.

Afinal... e o que isso tem de mais? Haveria de ter um propósito, ou não se pode mais escrever algo sem ser relacionado à fome, miséria e corrupção? Cultura inútil nem sempre é tão estéril quando você aprende a ler nas entrelinhas a fim de uma ilação profícua.

sexta-feira, novembro 04, 2005

Vida... Impossível Descrição

Você acorda após um dia que teve uma enxurrada de frustrações, junta aquelas que ficaram marcadas em sua alma, resolve "dar a volta por cima" e passar a viver de outra forma! Se veste de qualquer jeito, não penteia mais os cabelos, esquece os problemas do mundo, afinal você, supostamente, nada tem a ver com eles... e agora faz tudo que vêm à sua mente! Faz o que tem vontade: grita, corre na direção que quer, chora e ri aonde bem entende, dança no meio da rua... Quem disse que você tem que ler, ser culto, pensar duas vezes, e andar na linha??? Todo mundo gosta de você agora! É o mais engraçado da turma, "eu queria ser igual"- você ouve alguns dizerem. Não faz nada significativo, porque a vida é passageira e não vale a pena esquentar a cabeça com n-a-d-a. Tudo é tão cômodo, e você nem morreu e já está no paraíso!

Só que vida é pra ser levada no peito. Você não esquece das pessoas que te magoaram, não substitui frustrações ou é mais ou menos contente. Pode chegar a sofrer mais com o peso do rótulo que adotou para viver num padrão que já experimentaram e continuarão tentando, pois ele está aí pra isso. Não haveria problemas se não tivessem que ser encarados, não haveria sofrimento se não fosse necessário. Não existiria paz sem guerra, seria apenas hábito e não se lutaria com tanta força pra que ela se estabelecesse. Se vida fosse para viver no ócio, viveríamos como vegetais esperando a chuva e as estações. Não sendo importante ter conhecimento, bom senso, ambição, não haveria motivo para ter cérebro. Se tudo que há sempre coexistiu vinculado, porque dar-se-iam o luxo de viver de forma simples?

Acontece que o "simples" não é tão simples. Seja numa ilha deserta ou na saia de sua mãe, o mundo continua sendo mundo. Quem descobriu o jeito certo de viver a vida, deve ter estudado tanto que não teve tempo de pôr em prática, e os que tentam aprender na prática não conseguem da mesma forma, por que a escola da vida ensina à longo prazo... e quem tenta passar a parte da fórmula que já aprendeu para quem está começando nunca consegue, pois só entende o resultado quem já tem nível superior na carne e na alma. Se a vida resume-se à perguntas sem respostas? Redundantemente impossível responder. A certeza absoluta da vida é o êxtase Dionísico em que se sabe que tudo é incerto e que apenas não vale morrer pelo momento, na esperança de que se repita. Aonde tudo e nada ressoam em uníssono e você nem chora nem sorri... Vive.