quinta-feira, novembro 26, 2009

Voltei por caqui

Quando era moleque eu tinha uma fixação por caquis. Achava fenomenal alguém fazer uma música dedicada a uma fruta! O cara volta... agora pra ficar, por caqui! Caqui é o seu lugar! Cara eu achava lindo, comia caqui cantando essa música, lembrava do cachorrinho da propaganda da Cofap... até que descobri a letra certa. Lembrei do pessoal lá em casa rindo e eu crente que eles achavam bonitinho eu cantar a música, mas estavam era achando graça da minha confusão. É igual aquela galera que depois de grande descobriu que o símbolo do Carrefour não era um etezinho de gôrro, mas sim uma subliminar letra C.

Enfim, isso foi o que me lembrei ao colocar esse título. Lembrei também agora da confusão que eu fazia nas aulas de redação quando não conseguia diferenciar título de tema e vice-versa, mas isso já é outra história. O motivo desse título é explanar para alguns leitores que não gozam do meu convívio social de forma mais íntima e não tiveram como saber o que foi meu mês de outubro e meu mês de novembro. Interrompi uma sequência de postagens e leituras de blogs porque só tinha um tema em mente e anseiava ser lido por apenas uma pessoa, daí resolvi ocupar meu tempo com outras atividades.

Eu poderia ter citado uma obra do magnífico compositor que foi Candeia antes de me ausentar, mas não ousaria desbotar o brilho das palavras do mestre com coisa deveras medíocre. Em uma de suas letras ele escreveu:

Deixe-me ir
Preciso andar
Vou por aí a procurar
Rir pra não chorar

Quero assistir ao sol nascer
Ver as águas dos rios correr
Ouvir os pássaros cantar
Eu quero nascer
Quero viver...

Se alguém por mim perguntar
Diga que eu só vou voltar
Depois que me encontrar...


Candeia vale um livro, mas deixo aqui uma nota sobre esse carioca de Oswaldo Cruz. Sambista de primeira que teve sua vida marcada por um caso fortuito que o deixou paraplégico, mas como disse Martinho da Vila em um pot-pourri em sua homenagem: "Se Candeia não vai ao samba, o samba vai até Candeia!". Andava desgostoso da vida até que com muita insistência o levaram ao Teatro Opinião. Ao entrar de cadeira de rodas fora aplaudido de pé. Começou a tocar seu violão, de forma calma e gentil até todos ficarem atônitos e silenciosos, e então disparou: "De qualquer maneira, meu amor, eu canto. De qualquer maneira, meu encanto eu vou cantar". Após várias músicas, foi se recolhendo do palco lentamente enquanto a plateia cantava em uníssono esse mesmo verso. Morreu aos 43 anos, todavia, como no caso de outros grandes artistas, a sua obra está sendo perenizada por musicos de variadas gerações.

Fico me perguntando se estou deixando de viver hoje algo que meus filhos irão vir a lamentar pelo meu desleixo. Fico pesaroso ao saber que meu pai não se fazia presente nas rodas de samba dos grandes mestres, da nata da vida boêmia dos tempos de ouro do Rio de Janeiro! Minha mãe ao menos curtia os beatles! Será que meus filhos serão fãs de Nx Zero & amigos? "Pai, não acredito que você não ia aos shows do Forfun!!!". Foi mal, filhão!

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