quinta-feira, novembro 26, 2009

Se você deve ao Dinho...

Quem curte um Pagodinho?(quem não entendeu o trocadilho mande um e-mail que eu vos elucidarei).

Eventualmente vejo alguns amigos relutando para não curtir aquele sonzinho "mela-cueca" que não sai da cabeça, tem ritmo e dá vontade de dançar. Uns enchem o peito para dizer: "Eu gosto é de samba!". Acontece é que há toda uma indústria especializada para a criação de músicas populares que agradem de forma subliminar.

Letra. O tema na maioria esmagadora das vezes é desilusão amorosa, final de relacionamento, paixões & cia. Isso já ajuda para criar um vínculo com o ouvinte, afinal a sociedade inteira já se viu em meio a uma situação dessas.

Arranjo. É todo um preparo, similar à criação dos jingles que querem atingir o consumidor no inconsciente: "Pipoca e guaraná, que programa legal! Só eu e você..." é, amigo, tá ali no mesmo barco. Essas coisas que não saem da cabeça! Cara, acabei de descobrir que eu tinha 3 anos quando passava essa propaganda, puta que o pariu, eu lembro da letra todinha, direitinho! Enfim, são músicos, pessoas que estudaram/estudam música e que sabem sequenciar acordes de forma harmônica a fim de através de notas nos conduzir pelo som.

Propaganda. Veiculação nas rádios com grande número de ouvintes. A chance de você acabar ouvindo sem querer por um veículo transitando, em algum estabelecimento ou na casa do vizinho é bem grande. Programas de auditório, casas de show com preços populares, entrevistas na mídia, comerciais, outdoors, internet... lembrem-se o alvo é a massa: vender muito e pra muitos.

Bola de neve. Um amigo mais inclinado a gostar de pagode começa a disseminar em seu grupo social o novo hit quando o pessoal pega uma carona no carro dele ou estão na sua casa e ficam sem jeito de pedir para mudar de música. Os grupinhos de pagode da esquina começam a tocar as mais pedidas da rádio. Quem ainda não ouviu quer ouvir, conhecer qual é a música que anda fazendo tanto sucesso. A mídia volta a enfocar o grupo por conta do sucesso que anda fazendo...

Para não me estender muito, ocorre essas e outras muitas situações que se somam a essa dita bola de neve. Daí a gente fica ouvindo e cantando até cair no esquecimento. Costumo falar para meus amigos que também gostam de samba que o pagode é a amante e no final a gente sempre acaba voltando para os braços da primeira-dama. Afinal, quem tem competência se estabelece: sambistas que há muito se foram são constantemente lembrados, já os pagodeiros que não lançam músicas novas com frequência acabam caindo no ostracismo. (Vou terminar assim mesmo, hoje estou meio Lya Luft).

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