segunda-feira, setembro 28, 2009

Botecada

"Os bares morrem numa quarta-feira", por Paulo Mendes Campos serviu de inspiração para uma postagem do Szegeri em seu blog. A li depois de ter encontrado o blog do "Felipinho" Boemia e Nostalgia. Como sou fã de ambas, não pude deixar de apreciar o conteúdo do blog do qual eu recomendo para degustação a postagem sobre uma de suas musas nos tempos de puberdade e outra sobre o saudoso restaurante em que seu pai era sócio, El Faro .

Um amigo de Kafka conta que este arquitetava o seguinte: um homem desejando criar uma reunião em que as pessoas aparecessem sem ser convidadas. As pessoas poderiam se ver ou conversar sem se conhecerem. Cada uma faria o que lhe aprouvesse sem chatear o próximo. Ninguém se oporia à entrada ou à saída de ninguém. Não havendo propriamente convidados, não se criariam obrigações especiais para com o anfitrião. E o espinho da solidão doeria mais ou menos.

É possível que Kafka não haja escrito esta alegoria por ter percebido que a mesmo já existia corporificada sob a fora de cafés, restaurantes e bares. Mas o episódio pode levar-nos a considerar com súbita estranheza o mil vezes conhecido: os bares já eram kafkianos quando surgiram no mundo.

(...)



Após ler na íntegra tive que disparar essa:

"Mas que puta crônica, meu caro!

Quero que me digas o que chega a ser pior: sofrer uma terrível saudade desses tempos maravilhosos ou nunca tê-los vivido e se ter consciência que daqui a 40 anos minhas lembranças da [vida noturna em] tenra idade serão de tempos marcados por drogados aglomerados ao som de música eletrônica?"

E até arrisquei um verso:

Há um lugar onde cada personagem é principal independente de talento
Tira gosto, cerveja gelada, sinuca e música à contento
Onde a risada de um companheiro vale mais que muito prêmio
Há saudade maior no mundo do que a que sente um boêmio?

Nenhum comentário: